A informação foi confirmada por um responsável do Departamento de Investigação de Delitos Penais (DIIP), afecto à Polícia Nacional de Angola, num exclusivo á Rádio FP.
Segundo o responsável daquele departamento da polícia angolana, a criminalidade juvenil infesta os bairros da capital Luanda, e é das maiores preocupações do órgão castrense, tendo em conta que os adolescentes são o maior terror para os moradores que pelo nível e pela forma de cometimento dos crimes, não arriscam qualquer ação que leve a detenção dos criminosos e acabam por se colocar na condição de escudo humano para a proteção dos próprios criminosos, tudo por medo de retaliação ou mesmo pelo facto dos delinquentes serem seus familiares com envolvimento em Gangues nos bairros de Luanda, deste modo, a população se posiciona contra a policia em favor do crime que a cada dia aumenta nos bairros com referencia a periferia, sob forte comando de menores com menos de 16 anos de idade, que no dia e na noite controlam as ruas e até as casas dos bairros.
A nossa fonte dentro da polícia angolana, deu a saber que normalmente os adolescentes se juntam as Gangues por temerem serem vistos como fracos perante os outros adolescentes já envolvidos com o crime nos bairros de Luanda, quando entram, estes começam por mostrar a força nas lutas com as Gangues rivais, num tipo de batalha sangrenta apelidada por eles como "luta do Wowo" que duram horas e infernizam os moradores por estes chegarem a encerrar o bairro por completo e quando começam as lutas, ninguém entra ou sai, em muitos casos, os criminosos invadem casas onde cometem crimes hediondos contra as famílias que ironicamente, contrariando a polícia, protegem os mesmos bandidos, que em ação, além de pilhar, estupram e chegam a cometer assassinatos.
A Rádio FP conversou com algumas pessoas que são vítimas de adolescentes criminosos nos bairros Papa Simão e Malueca, estes que por medo, preferem não serem identificados, disseram que já chegaram a esconder os bandidos em suas casas quando a polícia aparecia, tudo por causa dos vários casos em que os adolescentes são presos num dia e no outro voltam aos bairros e praticam crimes piores que aqueles que os terão levado a detenção, ou seja, os moradores que não são familiares dos criminosos, são obrigados a protegerem os seus conhecidos opressores, esperançosos de virem a merecer de alguma clemência destes conhecidos donos dos bairros e altamente perigosos.
"No começo do ano 2024, um adolescente de 14 anos, na rua e a luz do dia, esfaqueou até a morte, um jovem de 32 anos de idade, pelo facto da vitima simplesmente passar sem o saudar" disse um dos moradores, dos poucos que aceitou falar a RFP, dentro do bairro Malueca, em Cacuaco.
A onda crescente de crimes violentos nos bairros periféricos da capital angolana, com foco nas ações criminosas praticadas por adolescentes, segundo a análise do sociólogo Gelson Neto, para a Rádio FP, é um problema relacionado à condição social de extrema pobreza em que vivem hoje as famílias angolanas no país, tendo aqui dito o sociólogo, que os progenitores ou encarregados dos adolescentes, por não mais conseguirem prover alimentos para a família, perderam o controle sobre os filhos que se entregaram ao crime no instituto de sobrevivência, situação que agrava a criminalidade na província com maior índice de habitantes no território de Angola, entre emigrantes da RDC, Senegal, Mali e Nigéria que a cada dia se tornam comunidades maiores com domino do comercio no país.
JES | EDITOR RFP