A informação partilhada ao FP por uma fonte do Serviço de Investigação Criminal, revela estar em marcha, uma investigação em torno de uma suposta rede criminosa dentro do INH, que se dedica à venda de casas fora dos termos da lei nacional da habitação.
A fonte que mantemos em sigilo tendo em conta a sua proximidade com o caso, revelou que a suposta rede chega a emitir documentos duplicados de casas entregues a clientes do INH, que por razões diversas, não têm levantado as chaves dos apartamentos ou realizado a mudança , situação ideal que é aproveitada por alguns técnicos dentro da suposta rede criminosa que, emitem um segundo documento que é entregue a outra pessoa aflita para obter uma moradia nos projetos habitacionais em Luanda (Centralidades), com a condição de por baixo da mesa, pagamentos em dinheiro, que chegam a valores acima dos dez (10) milhões de kwanzas.
A fonte acrescentou que grande parte das pessoas que aderem ao esquema fraudulento, não tomam conhecimento da fachada, até serem indiciados como invasores da propriedade alheia ou da pertença do estado, pelo facto do documento que têm em posse, entregue por suposta rede, não constar do sistema informático do INH, ou do ministério de tutela. Na madrugada de quinta-feira, 07 de março de 2024, foi de muita tensão para os moradores da Centralidade do Kalawenda, que foram descobertos com um forte aparato de específicos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que cometeram golpes em vários apartamentos e vivendas da Centralidade localizadas no município do Cazenga – Luanda, situação que por parte dos moradores, expressou questionamentos e suposições que horas depois viera ser esclarecida, quando os moradores ficaram a saber que o Serviço de Investigação Criminal na Centralidade do Kalawenda, tinha como missão, executar a ordem de despejo de famílias que ocupavam apartamentos e moradias de forma indevida (Ilegal), tendo o SIC cumprido com a execução de despejo do total de oito (08) famílias, que foram enganadas por suposta rede criminosa, dentro do INH.
O FP conversou com uma cidade vítima de despejos que confirmou ter pagado cerca de treze (13) milhões de kwanzas a um elemento do INH que o entregou um documento que se confirmou ser falso, meses depois de ter-se alterado para a C. do Kalawenda.
Outra informação de interesse público, com realce nesta publicação, veio de alguns coordenadores (Síndicos) de edifícios da Centralidade do Kalawenda com quem pudemos conversar.
Segundo os coordenadores, no mês de junho do ano 2023, receberam nos edifícios a visita de um grupo de técnicos identificados com os passes de serviço do Instituto Nacional da Habitação, e estes se dirigiram aos apartamentos não habitados, fizeram anotações, e um mês depois, nossos mesmos apartamentos entraram em indivíduos, estes que coincidentemente, foram vistos nas ordens de despejo realizadas na batida do SIC na Quinta-feira, 07 de Março de 2024.
“Os homens do INH que vieram fazer vistoria em Junho de 2023, já sabiam dos apartamentos vazios e só fizeram anotações, e chamaram a nossa atenção que um mês depois, nos apartamentos chamaram pessoas que não forçaram as fechaduras, porquanto detinham as chaves iguais as nossos e documentos com o selo de água do INH, são essas mesmas pessoas que o Serviço de Investigação Criminal (SIC), despejou das casas, o que confirma algum esquema ilícito dentro do Instituto.
Os moradores da Centralidade do Kalawenda, lamentam pelas famílias visadas no esquema fraudulento da suposta rede dentro do INH, e apelam pela mão pesada da lei, contra quem quer que se preocupa por trás da fraude, das vendas de apartamentos e vivendas com documentos falsos na Centralidade do Kalawenda, situação que provoca até destruição de famílias, muito pelo impacto emocional e financeiro que a situação acarreta de quem apenas tentava realizar, o sonho da própria casa.
JES | EDITOR FP