As centrais Sindicais de Angola iniciaram neste dia 20 de Março de 2024, a fase 1 da greve que se prevê durar três (03) dias em todo o país e um dos barómetros utilizados pela FP para medir o sucesso da greve, foi constatar a movimentação de pessoas nas paragens de táxis e a movimentação de táxis em circulação pelos principais pontos da capital angolana, ao longo de toda a manhã desta quarta-feira.
Paragem de táxi em LUANDA 20/03/2024 - 12:30 Minutos
A enchente do dia-a-dia de pessoas nas paragens e a circulação de táxis é a fotografia que não favorece as espectativas das centrais sindicais que contam com a adesão total dos trabalhadores na busca de subir o nível de pressão contra o governo de João Lourenço, que até então, não ratificou o caderno reivindicativo apresentado pelas centrais Sindicais, com vários pontos e entre estes, prioridade dizem os Sindicalistas, para o aumento do salário mínimo nacional actual de trinta e dois (32) mil Kwanzas, para Cem (100) mil Kwanzas e a redução do imposto sobre rendimento do trabalho (IRT) que tem sido o calcanhar de Aquiles as despesas dos trabalhadores, por abocanhar grande volume monetário do salario.
Constatamos que muitos foram os trabalhadores que assinaram o ponto nos postos de trabalho, na capital Luanda, professores estão nas salas de aulas e nos hospitais os serviços funcionam, apesar de ter alguma redução na escala de especialistas do sistema de saúde e da edução, a vida segue em Luanda, frustrando os promotores da greve que perspetivaram o contrário.
Questionados dos motivos que os levaram a não aderir a greve convocada para os dias 20, 21 e 22 de Março de 2024, alguns dos trabalhadores sem reserva, foram perentórios em afirmar que as Centrais Sindicais não deram garantias sobre quem arcaria com as consequências da greve caso os trabalhadores não se fizerem aos postos de trabalho, fazendo referência ao facto de virem a sofrer descontos nos salários, isto por parte dos empregadores que não são obrigados a pagar a diária, o que de todo pesaria muito as suas contas dos trabalhadores.
Uma fonte dentro da Central Geral dos Sindicatos independentes e Livre de Angola (CGSILA), que preferiu não se identificar, disse que as Centrais Sindicais não têm a capacidade de arcar com os custos da greve ou pagar qualquer valor ao trabalhador e que os trabalhadores deviam aderir conscientes dos descontos no salário, para se alcançar o propósito.
O cenário actual de não aderência massiva dos trabalhadores a greve, pode fazer com que as Centrais Sindicais repensem a contraproposta do governo de Angola que pretende parcelar os aumentos em quatro (04) anos, quando o executivo idealiza aumentos em cerca de Sessenta (60) mil Kwanzas para as pequenas empresas menos de Cem (100) mil Kwanzas para as grandes empresas do sector público.
JES | EDITOR FP